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Frases impactantes de Grande Sertão: Veredas para ler e pensar

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A celebração do nascimento de João Guimarães Rosa nos convida, ano após ano, a revisitar a monumental obra que o consagrou: Grande Sertão: Veredas.

Publicado em 1956, Grande Sertão é uma das obras mais significativas de nossa literatura. É uma imersão na alma do sertão brasileiro, um diálogo filosófico sobre o bem e o mal, a vida e a morte, narrado pela voz inconfundível do jagunço Riobaldo Tatarana.

Em homenagem a este mestre da linguagem, separamos algumas das frases mais impactantes de Grande Sertão: Veredas. Mais do que citações, elas são convites à reflexão sobre a complexidade da existência humana e a profundidade da prosa roseana.

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Fotografia do escritor João Guimarães Rosa

Prepare-se para mergulhar em um universo de sabedoria e lirismo.

Frases impactantes de Grande Sertão: Veredas

Viver é muito perigoso.

Esta talvez seja a frase mais célebre da obra. Em sua aparente simplicidade, ela carrega a essência da jornada de Riobaldo.

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A vida no sertão, marcada pela violência, pela luta pela sobrevivência e pelas incertezas do destino, é um palco constante de perigos, tanto físicos quanto existenciais.

Mas essa frase não se limita ao sertão mineiro e à vida do protagonista. Ela também nos lembra da fragilidade da nossa própria existência em um mundo cheio de desafios.

“Sertão: é dentro da gente.”

Rosa nos transporta para além da geografia física do sertão. Ele nos mostra que o sertão é um estado de espírito, um território interior onde se travam as verdadeiras batalhas.

As dificuldades, as paixões, os medos e as contradições humanas habitam esse “sertão” que carregamos dentro de nós. Compreender essa dimensão interna é fundamental para entender a profundidade da obra.

Fotografia do sertão de Minas Gerais.

“O diabo não existe. O que existe é o homem. Nem o bem nem o mal em si, soltos, por aí, à solta. No homem é que eles moram juntos, misturados.”

Riobaldo questiona a figura tradicional do diabo como uma entidade externa. Para ele, a dualidade entre o bem e o mal reside na própria natureza humana.

Essa perspectiva complexa e multifacetada nos convida a abandonar simplificações e a reconhecer a ambiguidade que nos define.

“A gente quer passar um rio a nado, e tem medo da água que dá na cintura.”

Essa metáfora poderosa ilustra a nossa tendência a temer os desafios, mesmo quando eles parecem superáveis.

O medo, muitas vezes irracional, nos impede de avançar e de alcançar nossos objetivos. A imagem do rio na cintura evoca a proximidade da solução, contrastando com a paralisia causada pelo receio.

“As coisas que a gente tem de dizer não cabem em nenhuma fala.”

A linguagem, por mais rica que seja, por vezes se mostra insuficiente para expressar a totalidade das nossas experiências e sentimentos.

Guimarães Rosa, mestre das palavras, reconhece os limites da comunicação verbal, sugerindo que há dimensões da vida que só podem ser sentidas e vividas em sua plenitude.

Lago no sertão mineiro

“Deus é um capricho só dele.”

Esta frase nos apresenta uma visão de Deus menos dogmática e mais ligada à imprevisibilidade da vida.

O “capricho” divino sugere que nem sempre compreendemos os desígnios do universo, e que a existência muitas vezes nos surpreende com acontecimentos inesperados.

“O importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando.”

Aqui reside uma mensagem de esperança e de reconhecimento da natureza dinâmica do ser humano.

Estamos em constante transformação, aprendendo, evoluindo e nos reinventando ao longo da jornada. Essa perspectiva nos encoraja a abraçar a mudança e a aceitar a impermanência como parte essencial da vida.

Conclusão

Em tempos de celebração e reflexão sobre a genialidade de Guimarães Rosa, convidamos você a revisitar Grande Sertão: Veredas. Permita-se mergulhar novamente nas veredas da linguagem e da filosofia de Guimarães Rosa.

Procure conhecer também outras obras do autor. A genialidade dele vai além de Grande Sertão.

Que o legado deste gigante da literatura brasileira continue a nos inspirar e a nos fazer refletir sobre as profundezas da alma humana e a beleza singular do nosso sertão. Viva Guimarães Rosa! Viva a literatura brasileira!

Quais passagens de Grande Sertão: Veredas citadas neste artigo mais te impactaram? Deixe seu comentário abaixo!

Leia aqui uma crônica relacionada a esse romance.

Samira Mór é formada em Letras pela UFJF e Mestra em Literatura pela mesma instituição. É também professora das redes pública e privada há mais de trinta anos. Apaixonada por palavras e livros desde sempre, seu objetivo é partilhar com as pessoas o amor pela leitura e pelos livros.

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