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Dona Flor e Seus Dois Maridos e o Carnaval

  • Samira Mór 

Dona Flor e Seus Dois Maridos, obra famosa do escritor baiano Jorge Amado, nos leva a um mergulho fascinante na atmosfera vibrante de Salvador. O romance, publicado em 1966, narra a vida de Dona Flor, uma mulher de beleza marcante, que se vê diante de uma peculiar situação: a presença de dois maridos tão diferentes quanto o dia e a noite.

Dona Flor entre os seus dois maridos.
Edson Celulari, Giulia Gam e Marco Nanini na minissérie Dona Flor e seus dois maridos.

Dona Flor e seus dois maridos

No início do livro, somos imersos na magia do Carnaval de Salvador, onde a festa é mais do que uma celebração; é um personagem por si só. Jorge Amado habilmente tece a trama com as cores, os ritmos e a alegria desenfreada dessa festa popular, dando vida à cidade e introduzindo-nos ao mundo vibrante que permeia toda a narrativa.

É o carnaval de 1943 em Salvador e Dona Flor é casada com o malandro Vadinho, que vive em festas e jogatinas. As muitas farras de Vadinho acabam por culminar com a sua morte em pleno domingo da festa. O malandro, então, parte, deixando Dona Flor viúva.

Algum tempo depois, ela, que é professora de culinária de sucesso, conhece um novo amor, o farmacêutico Teodoro, homem tranquilo e ordeiro. Flor se casa novamente, mas não consegue esquecer Vadinho. A saudade do antigo marido acaba por trazer seu espírito de volta ao mundo dos vivos. E Dona Flor fica, assim, dividida entre a paixão e o desejo, provocados por Vadinho, e o amor sereno de Teodoro.

A carnavalização em Dona Flor e seus dois maridos

A carnavalização, conceito explorado por Mikhail Bakhtin, desempenha um papel crucial na história. A dualidade presente na vida de Dona Flor reflete não apenas a riqueza da cultura brasileira, mas também a própria essência do Carnaval, onde as fronteiras entre realidade e fantasia se dissipam.

O caráter midiático das obras de Jorge Amado

Jorge Amado, conhecido por sua escrita envolvente e socialmente relevante, também se destaca pelo caráter midiático de suas obras. Seus romances frequentemente ganharam vida nas telas, seja em novelas televisivas ou adaptações cinematográficas. Dona Flor e Seus Dois Maridos não foi exceção, tornando-se um fenômeno de mídia que expandiu sua fama além das páginas do livro.

A presença marcante das obras de Jorge Amado nas telas contribuiu para a perenidade de Dona Flor e Seus Dois Maridos. A adaptação cinematográfica, lançada em 1976, trouxe a história de Dona Flor para um público ainda maior, consolidando a obra como parte integrante do cânone da literatura brasileira.

Em síntese, Dona Flor e Seus Dois Maridos não apenas cativa pelos seu enredo intrigante e por personagens memoráveis, mas também se destaca como um testemunho da genialidade de Jorge Amado e da influência poderosa do Carnaval na cultura brasileira. Uma leitura que transcende as páginas e nos transporta para um universo onde a vida é uma festa eterna.

Saiba mais sobre outra obra de Jorge Amado, Gabriela, cravo e canela, aqui.

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